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(00:00 – 00:31) É interessante imaginar como alguns policiais na Inglaterra podem ter influenciado As Crônicas de Nárnia e O Senhor dos Anéis. Uma noite, provavelmente na década de 1930 ou 1940, C.S. Lewis e J.R.R. Tolkien decidiram dar um passeio pelas ruas após uma reunião em um pub de Oxford. Enquanto caminhavam pelas ruas cobertas de neblina, a conversa vagava entre mitologia, literatura e fé. Eles começaram a discutir fervorosamente e não perceberam o quão barulhenta a conversa estava ficando.
(00:32 – 1:14) Também não notaram os “bobbies” (como os ingleses chamam os policiais). Dois policiais observaram esses dois homens vestidos como professores universitários no que parecia estar prestes a se transformar em uma briga. Eles presumiram que haviam bebido demais e se aproximaram para intervir. Contudo, após uma inspeção mais detalhada, reconheceram estes “professores bêbados” como nada menos que dois dos acadêmicos mais respeitados de Oxford. Os policiais rapidamente pediram desculpas e deixaram os dois amigos continuarem a discutir. Lewis e Tolkien, percebendo o que havia acontecido, caíram na gargalhada e desde então brincaram que poderiam discutir como os melhores dos melhores, estivessem sóbrios ou não.
(1:15 – 1:37) Esta história reflete o quão vibrante e enérgica era a amizade entre esses dois autores. Lewis e Tolkien conheceram-se como colegas em Oxford e rapidamente formaram uma amizade profunda baseada no amor pela literatura, mitos e narrativas. É fácil argumentar que estes dois autores, e as suas obras mais famosas, não teriam sido os mesmos sem essa amizade.
(1:38 – 2:04) Na década de trinta (1930), Lewis e Tolkien faziam parte dos Inklings, um grupo de escritores e intelectuais que se reuniam regularmente para conversar sobre literatura, criticar o trabalho uns dos outros e compartilhar ideias. Durante uma dessas reuniões, Lewis disse a Tolkien que eles precisavam de mais histórias como o seu poema, A Balada de Leithian, ambientado na Terra-média. Tolkien, que vinha trabalhando há anos, mas ainda não havia produzido uma narrativa completa, levou esse conselho a sério.
(2:05 – 2:45) No entanto, estes dois amigos brilhantes nem sempre se encorajaram da mesma forma. Quando Lewis começou a conceber o que viria a ser As Crônicas de Nárnia, ele inicialmente hesitou em prosseguir com o projeto, pensando que poderia ser muito fantasioso. Tolkien, conhecido por sua abordagem mais séria e mítica, não gostava particularmente do mundo de Nárnia. A mistura de mitologias, como animais falantes e Papai Noel lhe parecia estranha. Apesar disso, as críticas de Tolkien ajudaram Lewis a aprimorar seu trabalho, garantindo que os temas do cristianismo e da moralidade fossem integrados de forma eficaz na narrativa.
(2:46 – 3:03) A amizade deles era única porque era uma verdadeira aliança de iguais, cada um empurrando o outro para alcançar a grandeza. Sem o apoio mútuo e as críticas construtivas, é possível que nem As Crônicas de Nárnia nem O Senhor dos Anéis tivessem se tornado o que conhecemos hoje.
(3:04 – 3:27) Mas a amizade deles não influenciou apenas sua escrita. O relacionamento com Tolkien desempenhou um papel crucial na conversão de Lewis ao Cristianismo. Tolkien, um católico devoto, teve conversas profundas com Lewis sobre fé, razão e mitologia. A jornada de Lewis do ateísmo ao cristianismo foi grandemente influenciada por essas conversas.
(3:28 – 3:57) C.S. Lewis escreveu lindamente sobre amizade. Em seu livro Os quatro amores, Lewis explora diferentes tipos de amor, incluindo a amizade (philia). Embora não mencione Tolkien pelo nome, suas reflexões sobre o valor da amizade são muitas vezes interpretadas como uma descrição da conexão que compartilhavam: “A amizade é desnecessária, como a filosofia, como a arte, como o próprio universo… Não tem valor de sobrevivência. ; pelo contrário, é uma daquelas coisas que dá valor à sobrevivência”, escreveu ele.
(3:58 – 4:25) Se você parar para pensar nas suas amizades, poderá perceber que aquelas que mais te transformam são as que você mais valoriza. A amizade entre Lewis e Tolkien ilustra o poder de um relacionamento profundo que desafia, inspira e, em última análise, transforma ambas as pessoas. A história da amizade deles nos convida a refletir sobre como entrar em um relacionamento como esse pode levar a novas ideias, ao crescimento pessoal e a uma compreensão mais profunda do nosso propósito.
4:26 – 4:36 E se houver um relacionamento esperando por você que possa mudar tudo, levando você a novas verdades e a uma compreensão mais profunda sobre você e seu lugar no mundo?